Modulação: Como mudar de tonalidade?

Modulação
Fala tecladista! Tudo bem com você? Aqui é o Augusto Canarin, do Aprenda Piano, para mais um artigo sobre o tema tonalidade, mais especificamente modulação.
Vamos entender através da modulação, como mudar a tonalidade de qualquer música que você deseje, até mesmo as mais difíceis.
Em primeiro lugar, vamos ver a definição de modulação a seguir:

O que é modulação?

O significado de modulação é basicamente isso: mudança de tonalidade.
É claro que essa é uma definição bem resumida. Em minha concepção, modular não se trata apenas de mudar a tonalidade de uma música ou de parte dela, mas de fazer isso com suavidade, sem chocar os ouvintes. Fiz questão de ressaltar essa questão para que você busque sempre fazer essas mudanças com muita inteligência e sabedoria.
Já o contexto de modulação pode aparecer com o nome de transposição. Só a título de curiosidade, não há um consenso universal entre os autores sobre as diferenças entre esses 2 termos.
Mas comumente se refere ao termo transposição em mudanças de tonalidade que são “permanentes”. Isso quer dizer que quando há a mudança não há volta para a tonalidade original. Enquanto que o termo modulação pode se referir a uma mudança mais rápida, mais curta. Enfim, eu só quis fazer essa observação.
Você pode se perguntar:

“Mas para que eu vou usar isso?”

Bom, muitos músicos costumam tocar em grupos ou em bandas. Geralmente quem dita as regras de cada música é o dirigente da banda (que na maioria dos casos é o cantor(a) ou algum tipo de maestro).
Então, muitas vezes o dirigente vai pedir que você altere a tonalidade original da música. Isso para que ela fique confortável para o(s) cantor(es).
Aí é que mora o perigo…
Mudar a tonalidade de uma música pode ser um terror para muitos músicos, especialmente se a mudança ter que ocorrer na hora, sem dar tempo para o músico se preparar previamente.
Para que o seu desempenho seja rápido em alguma eventual mudança de tonalidade, é ideal você ter conhecimento sobre alguns aspectos importantes da teoria musical.
Veremos a seguir um bom caminho a ser seguido.

Antes de mais nada

Antes de você pensar em mudar uma tonalidade, é necessário seguir alguns passos. Para isso vou te dar algumas dicas.
Vejamos:

  1. Observe atentamente os acordes contidos na música.
  2. Analise esse grupo de acordes e tente encontrá-los em um campo harmônico (maior ou menor).
  3. Utilize as escalas que “combinam” com a tonalidade para improvisar, arranjar e criar novas melodias.

Para que você entenda de forma prática, imagine um ônibus escolar com um certo número de alunos (de colégios diferentes).
Na primeira parada desceu do ônibus 5 alunos com o mesmo uniforme. Na segunda parada desceu 4 alunos com outro tipo de uniforme e assim por diante.
A analogia que estamos fazendo é a seguinte:

  • Alunos = Acordes
  • Uniforme = Características do campo harmônico
  • Colégio = Campo harmônico
  • Ônibus = Apenas para dar sentido a história 😛

Dessa forma fica mais fácil você entender e separar na sua mente como mudar de tonalidade de forma clara e objetiva.
Assim como através do uniforme você consegue distinguir quais os alunos pertencem a cada colégio, através das características em comum entre os acordes você consegue identificar o campo harmônico.
Com o campo harmônico em mãos, você terá os graus, e assim poderá tocar em qualquer tonalidade.
É isso mesmo o que você vai precisar no início: conhecimento sobre campo harmônico maior e seus graus.

Analisando uma música

Vamos nos concentrar em uma música específica e fazer essa separação de ideias na prática.
Escolha a música e comece a analisar os ingredientes para entender a tonalidade.
Vamos pegar de exemplo a música “Sua presença é real”, do cantor Antônio Cirilo.
Sua presença é real
Antônio Cirilo
G                            C      D                   G
Sua presença é real,  aqui neste lugar
                   C
Então adorarei
D                         G
Então eu louvarei
                           C
Então me renderei
D                     G
Totalmente a Ti
De uma forma bem simples, extraia os dados da música e coloque-os em um mapa de ideias para descobrir o que precisa.
Seguindo com nosso exemplo, temos as seguintes informações:

Acordes na música = G (sol maior) – C (dó maior) – D (ré maior)

Campo harmônico que contém esses acordes = G (Sol maior):

Tonalidade = G

Agora, pense nos 3 acordes em graus do campo harmônico:

Campo harmônico de Sol maior: G – Am – Bm – C – D – Em – F#˚

Caso você queira mudar a tonalidade da música (modular), basta pegar o 1˚, 4˚ e 5˚ grau de qualquer tonalidade:

  • G = 1˚ grau = G
  • C = 4˚ grau = C
  • D = 5˚ grau = D

Se quiser subir 1 tom (G > A), extraia do campo harmônico de A (lá maior) esses mesmos graus:

  • A = 1˚ grau
  • D = 4˚ grau
  • E = 5˚ grau

Agora é sua vez!
Separe uma música de sua preferência e siga o mesmo caminho demonstrado acima, conforme fizemos no exemplo.

Modulação x Transposição

Já fiz uma breve diferenciação dos dois termos no início do artigo, mas quero reforçar isso.
Este tipo de nomenclatura varia de músico para músico. Muitos falam que tudo é modulação e nem citam a transposição. Vai muito da escola de música que a pessoa estudou.
Mas para que você entenda esses termos um pouco mais profundamente, vamos dar uma olhada:

Modulação

Quando há variação na tonalidade na música, porém em algum momento ela volta para a tonalidade original.
Por exemplo, você está tocando alguma música em G e de repente em algum momento a tonalidade foi para A.
Se em algum momento a música retornar à tonalidade original, isso é chamado de modulação.
A modulação acontece de forma mais curta.
Se quiser saber mais sobre o assunto, saiba que existem duas formas de modulação mais utilizadas: Modulação diatônica e Modulação cromática.

Transposição

A transposição é diferente pois acontece de forma definitiva (longa duração). Pelo menos é o senso comum.
Se você está tocando uma música em G e em algum momento a tonalidade alterou para A e permaneceu até o fim da música, chamamos esse movimento de transposição.

Para finalizar

Separe músicas do seu gosto e brinque de modular e transpor. Toque em diversas tonalidades diferentes para “treinar” o seu ouvido e organizar melhor suas ideias.
A mudança de tonalidade requer muito estudo e conhecimento básico de teoria musical. Mas não é um “bicho de sete cabeças”.
Caso deseje aprofundar seus estudos, e aprender a embelezar suas execuções no piano/teclado recomendo que você assista ao Curso Piano Prime.
Tenho certeza que você vai gostar! 😉
Forte abraço e até logo!
Augusto Canarin

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