Mudança de tonalidade: Modulação Diatônica

Modulação Diatônica
Fala tecladista! Tudo bem com você? Espero que sim. 😉 Aqui é o Augusto Canarin, do Aprenda Piano, para mais um artigo sobre mudança de tonalidade, dessa vez sobre modulação diatônica.
Esse tipo de conteúdo é uma ramificação da ideia geral da própria modulação.
Se você ainda não tem conhecimento sobre modulação, acesse essa página e leia a respeito para dar continuidade a este artigo.
Modulação em si, é alterar a tonalidade da música.
Por exemplo, você está tocando uma canção na tonalidade de Sol maior (G) e deseja alterar essa tonalidade para Lá (A). Essa mudança de tonalidade, tem como nomenclatura modulação.
Agora, você pode estar se questionando?

Mas porque então existe a modulação diatônica? Pra que ela serve?

Este tipo de modulação está ligado não ao ato de mudar a tonalidade em si, mas de alterar a função harmônica dos acordes nas músicas, variando a tonalidade.
Ficou confuso? Continue lendo para que possamos sanar todas as suas dúvidas. 😉

Entendendo: Modulação Diatônica

O termo “diatônica” tem como significado no dicionário:

Música que consta tons e semitons.

Trazendo para a ideia principal, a modulação diatônica é quando altera-se na música a função harmônica de determinados acordes.
Para que fique ainda mais claro, é quando aproveitamos o mesmo acorde presente em tonalidades diferentes.
Nós fazemos uma transição de tonalidades, a própria modulação, a partir deste acorde.
Vamos analisar, partindo dessa ideia, uma sequência de acordes na prática.
Tonalidade inicial: Lá maior (A)

A – E – B – G#m

Tenho certeza, que se você conhece o campo harmônico de Lá maior, está pensando:

Mas não existe Si maior (B) em A, porque foi usado?

Isso ocorreu porque houve uma modulação para a tonalidade de B, ou seja, foi alterado 1 tom na tonalidade inicial.
Essa alteração foi feita a partir de um acorde presente em A e em B ao mesmo tempo, porém com funções harmônicas diferentes.
Esse acorde é o Mi maior (E).
Mi (E) no campo harmônico de Lá = Função Dominante (5º grau)
Mi (E) no campo harmônico de Si = Função Subdominante (4º grau)
O mesmo acorde, com uma função diferente em cada “ambiente”.
É como se fosse um professor de letras que em uma certa escola leciona a disciplina de português e em outra, ensina a língua inglesa.
O mesmo indivíduo, exercendo uma função diferente em conforme o lugar em que está situado.

Finalidade

Este tipo de artifício, quando empregado com perfeição, confunde a sonoridade em um bom sentido, utilizando o mesmo acorde para transicionar a tonalidade.
Isso é feito de forma que fique imperceptível notar a alteração da tonalidade, pois a transição, frisando mais uma vez, é feita com perfeição.
Torna-se até agradável e gostoso ao ouvido, quando o mesmo sente essa sensação de algo novo acontecendo.
Mas algo que não devemos fazer, é ficar presos a mudança de função harmônica.
Pode ser que haja uma alteração de tonalidade mantendo o acorde com a mesma função.

Mas quando que um acorde vai ter a mesma função em um campo harmônico diferente do outro?

A resposta é bem simples: em um campo harmônico onde a tônica seja igual.
Ainda está difícil de pensar em algum campo harmônico?
Pense novamente no campo harmônico de Lá maior (A) e ao mesmo tempo no de Lá menor (Am).
A tônica, sendo a nota Lá, é igual para os dois campos harmônicos, sendo igual também a sua dominante Mi (E).
É possível fazer essa passagem de tonalidades, sejam elas maiores e menores, a partir de um acorde que mantenha a mesma função.
Alguns autores chamam esse estilo de alteração como:

  • Modulação por acorde comum

Exemplo

Veja a música abaixo e analise-a junto aos pontos destacados:
Bateria acabou – Zé Neto e Cristiano feat. Marília Mendonça

  • Quando os cantores Zé Neto e Cristiano estão cantando, a tonalidade está em Ré maior (D).
  • A partir do momento em que é feita uma nova introdução para que a cantora Marília Mendonça cante, a tonalidade já alterou um tom, para Mi maior (E), de forma imperceptível.

Ouça com atenção a parte de transição dos cantores para ela, notando a diferença de tonalidade.
É como se fosse utilizado o acorde igual nas duas tonalidade como uma ligação.
Na língua portuguesa temos os verbos de ligação, e na música podemos fazer essa brincadeira chamando esses acordes de “acordes de ligação”.
Podemos então resumir toda a ideia de modulação diatônica em uma única frase:

Utiliza-se de um acorde presente no campo harmônico X para fazer uma ligação, alterando a tonalidade para o campo harmônico Y, contendo o mesmo acorde.

Veja outros conteúdos aqui do site que vão te ajudar a estudar este conceito:

Concluindo

Fico feliz em ajudar e fazer parte dos seus estudos musicais. Espero que esse artigo tenha agregado a seus conhecimentos.
Se você quiser continuar seus estudos e desenvolver novas técnicas, saiba mais clicando aqui.
Forte abraço!
Augusto Canarin

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